quarta-feira, 12 de setembro de 2012

O início de tudo

Cheguei da aula, joguei a mochila num canto e deslizei até o balcão onde ficava os pães do mercado. Ali, encontrava-se improvisada uma tv e um playstation. Duvidei da imagem que vi, mesmo assim fui em frente. Estava ali, estatelado por cima dos controles, um cd. Resident Evil 2. De procedência desconhecida.

Exasperado, como sempre, enfiei o disco guela abaixo do vídeo-game e dei início ao meu primeiro contato com o mundo zumbi desde A Volta dos Mortos Vivos, filme que eu havia visto na Sessão da Tarde anos antes, e do qual só lembro de uma imagem de zumbis comendo cérebros numa rua vazia.

A abertura fantástica, aquela animação impecável com a Claire Redfield chegando de motocicleta à sombria Raccoon City, até o encontro com Leon Kennedy no bar e a fuga numa viatura da polícia, me deixou levemente empolgado.

Não conseguia levantar a arma. Malditos zumbis da primeira tela me devoraram três seguidas. E eu desisti ao maravilhoso som de "Juli, vem almoçar!". "All right, mon"! Voltei a jogá-lo alguns dias depois e aprendi com o L1. Nunca mais larguei a minha franquia favorita de todos os tempos: RESIDENT FUCKING EVIL!

Minha paixão por filmes de apocalipse vem desde a infância, mas a invasão zumbi entre todas as possibilidades é a minha favorita pela garantia de grandes aventuras durante o fim, muito suspense, drama e romances. Ah, para, romances são sempre legais!

Viral
Enfim, chegamos a 2012. O Julherme adulto é uma mistura de estudante de jornalismo, de design visual, amante do vídeo-game e do cinema, iniciante nos quadrinhos, péssimo desenhista, mas com muita criatividade para dar e vender. Ok, pelo menos a mãe diz isso, e, aliás, é ela que paga o meu almoço todos os dias...

Eu já conhecia a Jayne (Conrado) há séculos, dos tempos pré-históricos da escola. Ela era uma picuruxinha de gente, e, claro, a gente não se falava. Ela veio cursar jornalismo e já chegou famosa pela ternura que mantém pelos mortos vivos. Passada a Gincana dos Calouros, com zumbis de Jornalismo e Design Visual, coincidentemente meus dois cursos, e após a montagem de um pequeno vídeo de invasão à biblioteca - boa sacada de conhecimento né, vai dize! - conversamos sobre a montagem de uma zumbie walk aqui em Chapecó.

Papo vai papo vem, numa aula de Realidade Regional em Comunicação, em Publicidade e Propaganda, vejam só, fantasisei a produção de um curta zumbi e logo comuniquei a ela pelo face. Ela curtiu e começamos a amadurecer a ideia. Noutro dia, na mesma aula, falávamos sobre vanguarda em comunicação e me veio na mente a realidade local: não há web séries na região, que tal produzir a primeira? Jayne (onlinemente) curtiu de novo! O Viral estava começando a ganhar corpo.

Dias depois, envolvemos a pessoa que viria a transformar radicalmente a produção: Sabrina Zimmermann. Recentemente, ela tinha se tornado parte da equipe onde eu trabalho. Eu e ela que carregamos a pré-produção, montamos uma equipe sólida, construímos o roteiro e avante e avante...

Duas pessoas vieram logo em seguida para se juntar à produção, pessoas essenciais no projeto. Uma eu mesmo convidei, a Débora Schneider, estudante de Design Visual, aficcionada por maquiagem e tudo que é tipo de arte de pele, e minha coleguxa. Sabrina convidou Alan Dal Pizzol, amigo de escoteria dela, estudante de Publicidade e Propaganda. O Viral começava a ganhar contornos interdisciplinares dentro do infinito universo da comunicação.

Dali em diante, a equipe só cresceu. Eu vou fazer um post só para as pessoas que contribuíram de alguma forma para o Viral se tornar real e fizeram dos seus finais de semana um laboratório audiovisual surreal. Ah, e colocaram sangue até nas persianas mais remotas!

Foi assim que começou essa história, que me fez mergulhar no universo zumbi em 2012. Nada melhor: uma web série apocalíptica para eletrizar este belo ano do fim do mundo :)

Julherme J. Pires

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